segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A menina que pescava estrelas, pescando em mais um Festival!

Eu, Beatriz e a 'Mariana', nossa pescadora de estrelas, estamos muito felizes. O filme, baseado em nossa história foi selecionado pelo Festival Internacional de Cinema Infantil e já começou a rodar o país. Tem chances até de pescar um prêmio: o de melhor animação na mostra Prêmio Brasil de Cinema Infantil, que será decidido na quarta-feira 02/09 no Rio de Janeiro, por um júri infanto-juvenil.

O curta-metragem em 35 mm, dirigido por Ítalo Cajueiro conta a história da menina que pesca as estrelas do céu e guarda no armário, mas fala também da história da história, de como eu e Bia iniciamos nossa parceria na literatura...
O filme fala dos sonhos e da fantasia, mas também mostra com sensibilidade e delicadeza outro momento nosso que ocorreu quando fazíamos o livro. Perdemos uma pessoa querida e usei a metáfora da estrela, que às vezes nem existe mais e continua brilhando, pra falar da morte, do sentimento de perda e da saudade. Bia se entristeceu muito, não conseguia entender porque pessoas cheias de vida deixam de existir de uma hora pra outra. Olhava o céu e dizia que ele era lindo, mas muito triste, se ela imaginasse que as estrelas podiam ser como as pessoas que não existem mais aqui.
Superamos a perda na vida real e na fantasia nossa Mariana também, quando decide que não pode ser a única dona do brilho da noite! Ítalo Cajueiro, Elvis Cleber, Rodrigo Mafra e toda a equipe do filme, conseguiram captar toda a singeleza da história que se escondia por trás da história. Tavinho Moura traduziu tudo em belíssimos acordes e nos embala, ora numa folia iluminada, ora numa ciranda encantada!
Sei que sou suspeita para falar, mas o filme é lindo!

Mais uma edição do Festival Internacional de Cinema Infantil


Durante os meses de Agosto a Novembro acontece a 7° edição do Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI) que levará mais de 50 filmes para as salas de cinema da Rede Cinemark em nove cidades brasileiras, reunindo títulos inéditos e clássicos, curtas-metragens nacionais e internacionais e programas de TV, além das oficinas de cinema, animação e debates.
O FICI 2009 acontece nas seguintes cidades e datas:

Rio de Janeiro e Niterói
de 28 de Agosto a 6 de Setembro
Brasília
de 4 a 13 de Setembro
São Paulo e Campinas
de 11 a 20 de setembro
Belo Horizonte
De 18 a 27 de Setembro
Recife
De 9 a 18 de Outubro
Salvador e Aracaju
De 23 de Outubro a 1° de Novembro
Em todas as cidades, o curta de animação baseado em meu livro e da Beatriz: A menina que pescava estrelas será exibido!

Dica de Leitura

A Dica de Leitura de hoje tem muita fantasia e um bocado de poesia. Você já imaginou o País das Maravilhas sem o encantamento da palavra? Pois é, se é mesmo o País das Maravilhas, a literatura tem mesmo que fazer parte da história e se vem com tempero de métrica e rima, com o olhar da poesia, hummm, fica melhor ainda! E é assim que acontece quando a famosa Alice de Lewis Carroll se depara com as infinitas possibilidades do mundo das palavras. O saudoso poeta Elias José caprichou e nos presenteia com 33 poemas encantados. Nos oferece a passagem pela porta mágica para o reino da fantasia onde é possível revisitar grandes histórias e personagens da literatura mundial: Sherazade, Peter Pan, Dom Quixote, reis rainhas, prícipes e princesas, fadas, bruxas, sereias e duendes! As ilustrações são de Taísa Borges e o livro está entre os lançamentos da Editora Peirópolis.
Imperdível! Quem sempre adorou a menina aventureira do livro de Carrol vai, com certeza, se deliciar com esta bela homenagem de Elias José, sempre poeta a nos maravilhar!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Aletramento" Fraterno

A palavra para mim é alimento. Escrever, mais que um ofício, é uma necessidade e não daquelas que chegam como obrigação. Ao contrário, vem com um prazer que não sei se conseguiria traduzir assim só por dizer. A palavra escrita sempre foi o meu refúgio, o meu porto seguro e, de certa forma, o meu ar! Tá bom, sei que sou também faladeira, "inventadeira" de histórias como bem me definiu a Bia! Adoro ouvir histórias, adoro contar e cantar histórias, adoro sentir histórias - agora estou aprendendo até a adormecer histórias. Algumas chegam sem cerimônia no meio da madrugada, querendo ganhar forma, vida e, talvez porque eu precise dormir mais que qualquer outra coisa, arrisco adormecer histórias. Faço com que adormeçam ( as histórias, eu até consigo, já a Luiza... Ela ainda mama e mama muito de madrugada!) para que despertem em outro momento. E foi numa das madrugadas insones, ao perceber Luiza desmaiada, plena e muito bem alimentada depois de amamentá-la que o termo: "aletramento materno" fez mais sentido para mim! Tão necessário em nossas vidas quanto o ar e o alimento, é o aconchego da palavra, seja dita, calada, cantada, escrita, desenhada, versada. Percebi ali, na penumbra do quarto, que ler histórias não deixa de ser uma outra forma de abraçar, de acarinhar, de acalantar. Luiza, bem antes de se saber Luiza, de sabermos que era Luiza já ouvia histórias. Histórias que eu e os irmãos líamos para a barriga. Hoje temos certeza que ela percebeu cada uma delas. O encantamento com que ela se entrega aos livros é surpreendente!

Nos primeiros dias em casa, Felipe fez questão de fazer a "mediação", cantava, fazia graça, mas sempre acalmava a caçulinha com um bom e colorido livro.
Ela tomou gosto, claro! Como é que não tomaria!

Faz suas próprias "leituras" e até reclama quando a história acaba.


Tudo bem, há um mundo e uma vida inteira para ler.Sim! A vida e o mundo são um grande livro! A gente tem que saber ler todas as coisas: a natureza, os sentimentos, o céu e os jardins, as vozes e os silêncios! O tempo passa e em nossa caixinha de deslumbramentos vamos juntando história. Os bebês e as crianças têm poesia nos olhos, enxergam tudo com a métrica e a rima que a vida deveria ter sempre. Crescem e muitas vezes perdem a ótica da maravilha, da fantasia. Mas alguns, na literatura aprendem a ressignificar tudo, a encontrar as lentes que devolvem a visão encantada de antes.
Sempre me perguntam sobre a importância da leitura, sobre formas de incentivo ao letramento e sobre a formação de leitores. Agora sei bem o que dizer: um bebê diante do seio, mesmo ainda ligado à mãe pelo cordão umbelical, abre a boquinha e sabe o que fazer, consegue nos primeiros segundos de vida sugar e se alimentar. Quando se entende a literatura como prazer também é assim e a grande vantagem do "aletramento" é que ele não precisa ser só materno!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Top 100



A votação popular está encerrada e agradecemos a todos que votaram. Estamos entre os 100 mais votados. No próximo dia 31/08 sai o resultado final!
Agora é só torcer!

Dica de Leitura

A Dica de Leitura de hoje ainda comemora o dia do Folclore ( 22/08) e recomenda um livro super bacana do Ricardo Azevedo. São contos de encantamento, divertidos e espirituosos que resgatam histórias e lendas do nosso folclore e, mais que isso, a tradição da oralidade. São histórias boas de ouvir e contar.


Era uma porção de histórias que o tataravô contava para o bisavô, que contava para o avô, que contava para o pai... que começou a parar de contar. São histórias que falam da existência, espalham brilho e magia em qualquer lugar ou época, e ainda assim estão ameaçadas de se perderem.Mas antes que desapareçam no meio da noite escura, Ricardo Azevedo, como estudioso do nosso folclore e bom contador de histórias, escolheu algumas das mais belas e escreveu do jeito que todo mundo gosta, como um pai que conta para o filho. O livro é da editora Ática e é daqueles que a gente tem que ter na estante!

sábado, 22 de agosto de 2009

Roedores em cartaz na Livraria Cultura em Brasília

Depois de estampar páginas e mais páginas em jornais e revistas, de passear pelo Rio de Janeiro, no Salão do Livro e Paraty, na Flipinha, o delicioso livro Cade o juízo do menino, de Tino Freitas terá lançamento festivo em Brasília neste domingo, dia 23/08 às 17 horas na Livraria Cultura do Casa Park. Tino, que além de jornalista, músico e roedor de livros é pra lá de desparafusado promete muita diversão com brincadeiras cantadas e um show de histórias superbacana!
E não é só isso! Quem for à Livraria poderá conferir a exposição dos desenhos originais da talentosa Mariana Massarani. Ela também perdeu o Juízo junto com o Tino para fazer as ilustrações do livro e inventou até uma brincadeira: em cada uma das páginas, escondeu um parafuso de juízo. Boa chance para os que perderam o seu encontrar um!
Felipe aqui em casa vivejuntando parafusos, mas acho que por enquanto nenhum parafusou direito o juízo dele, socorro, Tino! SErá que você pode me emprestar a sua latinha de juízos?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Espaço Jô Oliveira II

Já cantava o passarinho Bituca que todo artista tem que ir aonde o povo está! Não resisti e hoje duplico o Espaço Jô para registrar aqui também a arte deste pernambucano-candango arretado que desfila pelas ruas desta nossa capital: o traço sempre marcante não deixa dúvidas: é um Jô Oliveira e estampa o outdoor móvel no fundo de um ônibus. O desenho foi feito para o cartaz do Festival Internacional de Bonecos que agita Brasília na próxima semana!

Espaço Jô Oliveira

HOje tem bode e anjo por aqui, mas não é qualquer bode e qualquer anjo, não! Eles aterrisaram aqui e chegam com uma história bem contada pelo homenageado de todas as sextas-feiras por aqui, com vocês: Biu e Dodó!
E os esclarecimentos do autor: "Trata-se de uma dupla para livros sem texto. O primeiro é um bode alado e o outro é um anjo. O bode se chama Biu, diminutivo, no nordeste, para Severino. Dodó é o nome de um anjo inventado por um abade maluco de Olinda no início do século passado, segundo um cronista pernambucano. Tenho um livro que narra essa história do abade doido. Acho que um bode voador pode muito bem ter um amigo anjo que também sabe voar!
Abraço,
Jô Oliveira"

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Um kiwi e um Cauí!


Ah, já imaginou a cara do Cauí quando perdeu o seu kiwi? Que kiwi? O Kiwi do Cauí que caiu!


Mais que um divertido travalíngua, a história do Kiwi do Cauí virou brincadeira cantada da Cia Bola de Meia e está lá no youtube

Lançamento Coletivo Casa de Autores

É com imensa alegria que convido a todos para mais um lançamento coletivo Casa de Autores: desta vez com as parcerias da Franco Editora, do empenhado e divertidíssimo Fernando Franco e da Arco-Iris Distribuidora, que com a licença poética, ouso dizer, é quintal de nossa "Casa"! A festa pra mim é dupla: Meu Jardim Encantado chega em nova edição, agora pela Franco e sai do forno também o Brasília em Figurinhas, projeto maravilhoso de um álbum de figurinhas sobre a história e a pré-história da capital do nosso país. Aliás, a festa não é dupla, não: é quádrupla, pois estar ao lado de Tatiana Oliveira e sua "banguelice" matreira e ainda das queridas ratas de biblioteca, Raquel e Célia, que nos presenteiam agora com Os Amores de Racutia é mesmo privilégio!


Esperamos todos vocês!
Até lá!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Brincadeira é, sim, coisa muito séria!

Brincadeira de Roda Árvore da Vida: Grupo Conto e Cena

O direito da criança de brincar está em estatutos, cartilhas, documentos e cartas no mundo inteiro, sem falar nos discursos de tanta gente, mas na prática é muito, muito diferente! Depois de participar em nome da Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil do I Encontro Nacional dos Pontinhos de Cultura - Espaço de Brincar nos dias 13,14 e 15 últimos aqui em Brasília, vi que as conquistas em prol das políticas públicas para valorizar e garantir o desenvolvimento e a permanência de uma cultura voltada para a infância já existem, mas o caminho a percorrer é longo e os desafios, inúmeros! Muitas são as pessoas empenhadas em fazer com que a criança tenha voz e vez, mas também são enormes as dificuldades. Durante os três dias do encontro, tive oportunidade de conhecer projetos e iniciativas que já ganharam apoio institucional para fazer valer o direito de brincar - existem atualmente 215 pontinhos de cultura em todo o país, são espaços, muitas vezes improvisados num fundo de garagem até, mas que garantem o exercício da infância, simplesmente ao permiter que as crianças brinques e por meio de suas brincadeiras se expressem, se encantem e nos encantem!

Adorei ouvir as reivindicações das crianças de São José dos Campos, em São Paulo, quando no Pontinho de Cultura da Cia Cultural Bola de Meia souberam que o grupo viria à Brasília para "conversar" com as pessoas que "mandam no Brasil". A meninada de lá tratou de fazer uma conferência e mandou, bem mandado o seu recado: entre pedidos de mais tempo e condições para poderem exercer plenamente o direito de brincar, uma pérola: "Podiam inventar um "disque-vó" pra quando a mãe da gente está muito chata e não deixa a gente fazer nada, a gente poder ligar. Aí, vinha a vó pra fazer bolinho, dar carinho brincar com a gente, deixar tudo..." Eu que ainda não sou vó e faço bem o estilo, mãe mandona senti que o puxão de orelha foi pra mim também. Cheguei ao encontro com a missão de, em nome dos escritores e ilustradores de literatura infantil e juvenil, defender também a leitura, o livro como espaço de sonhar, de brincar, ou seja, sem as tantas cargas que escolas, educadores, pais e, principalmente o mercado exigem daquilo que deve existir primordialmente como prazer. Livro não tem que ensinar nada, história pra criança ou pra jovem ou pra adulto tem que ser boa de ler, de ver, de degustar e pronto!E ponto! Ninguém vai ao cinema pra preencher ficha de filme, porque com os livros tem de ser diferente? Não precisei falar nada, todos que estavam no Encontro falavam a mesma língua, brincamos, cantamos, nos divertimos, traçamos metas e diretrizes para que o Plano Nacional de Cultura contemple o lúdico e o espaço verdadeiro da infância. Saímos de lá com a certeza de que há muita gente e até gente no Governo empenhada em brigar pela Cultura da Infância e para a Infância.

Espero que tudo o que vimos e ouvimos por lá se concretize em ações!

Dica de Leitura.

Como ainda estamos em agosto e é o mês em que comemoramos o Dia dos Pais, a dica de hoje é uma homenagem a eles: aos pais, todos! Eu, que perdi o meu, quando ele ainda era o herói, aquele que tirava do castigo, fazia graça em busca do sorriso quando as lágrimas eram o que externava o sentir, ou mesmo o "bico" , tive vontade hoje de dedicar este espaço aos pais que entendem o vínculo com seus filhos muito além do registro, do sustento, do reconhecimento de paternidade. Meu pai se foi num acidente de carro quando eu tinha apenas oito anos, mas hoje, mas de 30 anos depois, ainda me recordo do som de sua voz, do riso gaiato e até de uma bronca bem dada quando já uma "mocinha" com pouco mais de sete anos achei que podia ser Tarzã e encontrei na cordinha da cortina da sala um perfeito cipó. Só não tão perfeito por ter feito a cortina e eu despencarmos... A saudade é enorme, mas as sementes de ternura que ele plantou em mim brotaram e florescem sempre que sinto aquele nó na garganta! Ele inventava histórias, era meio palhaço, meio mágico e, se preciso fosse, se transformava em qualquer coisa pra poder arrancar sorrisos nossos: meus, de minha irmã mais nova e mesmo de minha mãe, a quem cabia quase sempre o papel de brava. Com a morte de meu pai aprendi uma outra dimensão do amor, entendi que as pessoas podem viver pra sempre em nosso coração. Dediquei ao meu pai -e a minha mãe que foi e é na pratica pai e mãe - cada conquista minha e hoje percebo que esse amor é o combustível que faz mover o carro dos meus sonhos! Para aplaudir todos os pais:

O livro de Isabel Martins, ilustrado por Bernardo Carvalho, da Planeta Tangerina fala de um pai que se transforma em tudo pra ver o filho feliz!

domingo, 16 de agosto de 2009

Porque brincar é preciso...

Passei os últimos três dias entre as histórias maravilhosas da turma dos Tapetes Contadores de Histórias e os brincantes do Brasil inteiro no Primeiro Encontro Nacional dos Pontinhos de Cultura - Espaço de Brincar. Foram dias muito ricos em discussões e ações. Fiquei muito feliz ao encontrar tanta gente compromissada com a cultura da e para a infância. A rede que se forma em torno da ressignificação do brincar, direito tantas vezes esquecido e negligenciado, faz acreditar que bons ventos já estão soprando a favor! Saber que os espaços do brincar se multiplicam real e virtualmente é um alento, uma alegria. Tomara que tudo o que se sonhou conjuntamente se concretize em diretrizes e ações no Plano Nacional de Cultura!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Espaço Jô Oliveira


Este desenho está frequinho, é inédito e foi feito para um livro sem texto,
uma adaptação de um conto do Andersen. Jô, inspiradíssimo, fez esta ilustração na semana passada. Quanta honra para Contos,cantos e encantos, poder publicar aqui em primeira mão!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pra quem ainda não me conhece...


Uma breve apresentação:

No meu nome falta o M, que se nele houvesse seria o M de Mar, mas tenho A e tenho R, tenho nas iniciais o AR e na alma a leveza de inventar meu próprio Mar, mesmo quando mar não há... Sou Alessandra Roscoe, escritora, jornalista, contadora de histórias!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amanhã é o Dia das Artes!

E o professor corujinha simpático e multimídia aí de baixo é uma homenagem do ilustrador Danilo Marques, da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil. AEI-LIJ - SP, ao Dia Nacional das Artes, comemorado aqui no dia 12 de Agosto. O desenho tem história e quem conta é o próprio Danilo: "Este desenho foi feito há muitos anos, num tempo em que eu sonhava um pouco mais, e olha que eu ainda sonho muito! Na época (1999 ou 2000) eu lecionava artes em algumas escolas de educação infantil e pensei numa logomarca assim para mim, mas ficou engavetado. Olhando as datas comemorativas da semana, deparei-me com o Dia Nacional das Artes e desengavetei o desenho. Estava com dobras, desgastes, esquecido. Não quis tratar a imagem, pensei em deixálo com as rugas pra me mostrar o quanto ele quis sair da caixa!"

Se quiser saber mais sobre o Danilo, você pode visitar a página dele: http://www.danilomarques.com.br

Danilo toda semana escolhe uma data dentre todas as comemoradas nacional ou internacionalmente e faz um desenho que encaminha por e-mail aos colegas da AEI-LIJ em todo o Brasil. É um garoto talentoso, cheio de vontade pra trabalhar! Ele foi um dos vencedores, na categoria adulto do concurso do blog em homenagem à querida escritora escritora, Tatiana Belinky. A bruxinha do Danilo ficou em segundo lugar.

Marcela matusquela

Marcela tinha sarda, pinta e era muito magrela.
Comia alface, pepino e tinha o travesseiro de macela.
Adorava pipa, rolimã e siriguela.
Todo dia dava bom dia .
Todo dia ela sorria.
Todo dia ela subia na pia.
Marcela ainda não era banguela!
Coitada da Marcela!
Todo mundo ria dela!
Dia desses lá na sorveteria
Ela sentiu uma enorme alegria.
Seu primeiro dente caia.
Agora a Marcela era banguela!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dica de Leitura

Quem já não passou por isso? A famosa janelinha! Nesta deliciosa história, Tatiana Oliveira fala com humor e delicadeza sobre a "banguelice", na verdade sobre um momento muito esperado pela meninada: a queda do primeiro dente. Com um texto cheio de ritmo e graça, Tatiana transporta para as páginas do livro toda a ansiedade e a festa que cercam a primeira "janelinha". !
O livro acaba de sair do forno e está entre os lançamentos da Editora Franco, as ilustrações são de Osório Garcia.
Taí uma banguela que não tem nada de triste! Acreditando ou não na fada do dente, no rato do dente ou no que quer que seja, lá pelos 5, 6 ou 7 anos de idade, a meninada conta os dias, passa horas na frente do espelho, dá uma forcinha balançando aquele dentinho mole pra lá e pra cá e faz questão de exibir com todo orgulho o novo sorriso banguela, quando o primeiro dente se vai! Com a menina da história da Tatiana, não é diferente e com você?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fazendo histórias...

Depois do sucesso dos encontros experimentais em Julho, o projeto Acadêmicos Mirins da Academia de Línguas e Letras - ALL engata pra valer a partir de amanhã. A ideia é, partindo de brincadeiras e do universo mágico do livro, da leitura, das histórias e todas as suas formas ( inventadas, lidas, cantadas, contadas, imaginadas...), criar um vínculo da criança também com o fazer literário, estimular a escrita. a imaginação! Durante todo o semestre, sempre aos sábados das 15 às 18 horas, será tempo de encontro marcado com as histórias e os fazedores de histórias.
As inscrições estão abertas!

Espaço Jô Oliveira, uma viagem ao passado!

Hoje é dia de festa por aqui! Festa para comemorar um grande feito do colaborador e amigo Jô Oliveira. Remexendo seu extenso portfólio em busca da imagem da semana, Jô acabou descobrindo que seu primeiro livro está fazendo 30 anos, na Itália, pela editora Quadragono Libri e, claro, mandou pra gente a capa desta edição italiana e ainda as páginas do catálogo da Feira de Bolonha, uma das mais famosas no mundo da literatura infantil, que na época estampou duas ilustrações do livro. A história que abriu para Jô as portas da ilustração voltada para a literatura infantil também ganhou edição brasileira. Hoje, o livro com texto em Português está no catálogo da editora José Olympio com o título : "Ladrão que Rouba Ladrão" e versos de Reynaldo Valinho. Trata-se de uma adaptação livre do cordel, "Intriga do Cachorro e o Gato", de José Pacheco.

O melhor da Animação Espanhola em Brasília!

De hoje a domingo, quem curte cinema de animação não pode perder em Brasília o AniMadrid, Festival de Animação que reúne o melhor da produção espanhola. Haverá mostra de filmes, palestras e debates com animadores. Tudo de graça, no auditório do Instituto Cervantes na 707/907 sul ( antiga Cultura Hispância).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

E por falar em Tapetes e Histórias...

Antes era assim: em volta do fogo, num ritual de sons, palavras e silêncios, as pessoas se juntavam pra contar e ouvir histórias... Muito da nossa cultura popular se preservou desse jeito, graças à oralidade, às narrativas que eternizaram as rodas. Depois, nas casas, nos alpendres, em volta das cadeiras dos mais velhos, os jovens se reuniam para ouvir os relatos e mesmo as invenções dos mais vividos e experientes. Hoje, pouca gente mantém viva a tradição das histórias contadas diariamente, dos momentos exclusivos dedicados aos "causos". Alguns ainda ninam seus filhos, ou os netos com histórias na beira da cama, mas nossa oralidade anda perdendo vez para tanta coisa!
Em meio aos avanços todos da tecnologia que afasta e aproxima mundos e pessoas, poder mergulhar num passado nem tão remoto assim e ser convidada para uma Roda de Histórias pública é um privilégio!
Pois sou privilegiada: estarei contando histórias na Roda dos Tapetes Contadores de Histórias, na Caixa Ecônomica Federal, no próximo domingo, dia 09/08 a partir das 19 horas, no prédio redondo, Átrio dos Vitrais, onde acontece a Exposição: Pé de Moleque, pede palavra!

A primeira, das várias Rodas que fizeram girar as narrativas por aqui, teve Tino Freitas e Sumaya, como contadores convidados.

Em torno da palavra, ouvidos atentos, vozes certeiras, tantos gestos...

Como no interior e nas salas e quintais de minha infância, café, chá, bolo e histórias, muitas histórias. E como a Roda não pode deixar de girar, o público é convidado a entrar e também contar suas histórias!

Compartilhando segredos...


"SEGREDOS
João passou a vida quase toda juntando e guardando coisas. Guardou o brinquedo que mais queria; o sonho que nunca se realizou; o nome da menina que mais amou; o que era real e também a fantasia. Guardava tudo em gavetas que trancava bem trancadas.
O tempo passou e as gavetas de desejos não realizados, de medos escondidos, vitórias perdidas, amores não correspondidos, excessos de prevenções, coisas importantes e simples, fenomenais e banais foram ficando lotadas, pesadas...
No meio de tantas coisas guardadas, João não conseguia mais sequer saber o que tinha. Todos aqueles segredos ficavam trancados com chave e cadeado, cada gaveta tinha sua chave e todas as chaves ficavam sempre penduradas num chaveiro, na cintura de João que não conseguia mais abrir nenhuma gaveta. O barulhinho das chaves no chaveiro era uma espécie de segurança, mas também uma grande tormenta.
As gavetas sempre trancadas foram trancando os sentimentos, as emoções, a própria saúde de João, que vivia alheio a tudo e, de certa forma, trancado com seus segredos. Do fundo de uma tristeza intensa, João um dia olhou pra bem longe e lá... Quase no infinito teve o olhar ofuscado pelo brilho dos olhos de Maria. Maria, que ele nem sabia, foi chegando de mansinho e começou a desempoeirar os desejos de João, há tanto tempo guardados. Maria que João não conhecia trouxe também uma lembrança e a vontade de encontrar aquela flor vermelha guardada dentro de um livro reservada para ser entregue à pessoa especial que ele achava já ter ido embora pra sempre. As gavetas foram todas reviradas naquela busca desesperada para encontrar o livro, a flor...
Vários outros livros, poemas, músicas, lembranças e emoções foram-se revelando no arrombar daquelas gavetas. Até um sorriso esquecido brotou nos lábios de João, que, depois de esvaziar todas as gavetas, percebeu: não precisava trancar mais nada, não precisava de cadeados. Agora João já sabia que a chave que abria tudo era Maria. Maria que olhava pra ele com olhos de paixão e alegria."


O texto aí de cima foi escrito ontem durante a oficina Ateliê de Histórias - Módulo II, ministrada por Cadu Cinelli. Resultado de uma criação coletiva, "Segredos" surgiu a partir de um objeto ( um cadeado com chave) e de memórias diversas que eu, e as colegas de curso, também contadoras de histórias: Iêda Muniz Almeida, Naira Wanderlei e Letícia Levenhagen trocamos em alguns minutos de reflexões e conversas. Mais que o registro escrito da experiência, quero deixar aqui uma provocação para todos os que se encantam com a palavra: abram suas gavetas e deixem surgir as histórias!

A escrita para mim flui com facilidade, mas nem sempre é assim com a narrativa. Depois que escrevi "nossa" história para o cadeado e a chave, tive que, junto com Iêda, Naira e Letícia contá-la para o resto da turma. Sem ensaio e sem ler, o texto ganhou outra vida, nas vozes, nos olhares, nos gestos que encontramos para transmitir aos outros todas as nuances dos anseios e das descobertas dos nossos personagens. Experimentamos em pouco tempo a força da narrativa! Vivenciamos ainda as histórias contadas pelos outros três grupos a partir de um alfinete, um novelo de lã e uma chaleira.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dica de Leitura

Eu devo mesmo ter perdido bem perdidinho o meu juízo pra só falar hoje nesta delícia que é o livro do roedor Tino Freitas. Cadê o Juízo do Menino? foi lançado em junho no Salão FNLIJ do Livro Infantil e Juvenil, no Rio de Janeiro. Tem ilustrações muito bem parafusadas ao texto pela Mariana Massarani e chega às livrarias com todas as cores da editora Manati. É daqueles livros que a gente não cansa de folhear. O Tino que sabe rimar e versar muito bem, deu também para desparafusar as ideias de um menino que não parece muito preocupado em procurar seu juízo, não! Caramba, ele vira o mundo de ponta cabeça, penteia os cabelos com escova de dentes e passa manteiga numa fatia de maçã!
Só pra dar água na boca, vou logo avisando que roedor quando resolve escrever livro, não brinca em serviço, não! Aliás, brinca sim e a brincadeira é um convite irrecusável para um mergulho ao mundo da imaginação. Quer ver?
"O juízo é um parafuso
que a gente deixa apertado
Pra máquina do Pensamento
Não fazer nada errado"

Só que o menino do livro perde o parafuso do juízo e aí... Começa toda a confusão. E já que a ordem é divertir, a Mariana aprontou também das suas e ao ilustrar a história com seu traço magistral, tratou de esconder um parafuso em cada página, boa chance pra quem perdeu o seu juízo, poder encontrar um novinho, não é mesmo?!

Lá no Rio, a Luiza tratou de tentar apertar, pelo menos um pouquinho o parafuso do Tino, mas acho que não conseguiu, não!
Bom e pra quem se empolgou com a dica de hoje, faço logo a propaganda: a história ganhou também uma linda canção, que aqui em casa virou "hit" e quem quiser e estiver em Brasília no fim de agosto vai poder conferir tudo ao vivo e a cores lá na livraria Cultura do Casa Park. É que o livro será lançado com show e tarde de autógrafos, no próximo dia 23/08/2009.